Acordei, estava frio. Me levantei às 4h40 da manhã em meio ao frio de 2 graus celsius. Estava muito frio, fazia aquele frio que apenas burgueses com suas almas e camas aquecidas amam. Quando faz esse tipo de frio, sempre sinto uma certa cólera por quem ama o frio. Acho o frio desigual, pouco democrático. …
A vontade de viver ainda me faz sobrevoar os escombros de uma terra morta, na qual a realidade da dor é tão nua quanto a putrefação da esperança. Ora, pois, o que será do amanhã se nem o hoje temos mais? *IlustraçãoBérénice Montais de NabonneLe chanteurs meurent@berenice.mdn
Aujourd’hui l’évidence ne peut plus nous échapper : « je » n’est rien face à l’urgence du monde. Je est une fiction qu’on se raconte, parce que nous avons été trop habitués à considérer d’abord ce qui faisait notre particularité, narcissisme outrancier, plutôt que de considérer ce qui nous unit aux autres, ce qui nous fond, nous rend …
Eu não sabia que quando fosse engolida por você, encontraria a multiplicidade. *IlustraçãoBérénice Montais de Nabonne Le pendule@berenice.mdn
La poésie est un paradoxe : c’est l’in- fini des possibles que tu peux tenir entre tes mains – (et refermer). *Photo: London bookstore destroyed after an air raid, 1940
O que fazemos com os animais é insuportável. Eu não sei mais o que fazer com isto que fazem com os animais, com isto que fazem dos animais. A desilusão é tão grande que me envergonho de ser quem sou, meio humano e meio animal. Faz tempo que não durmo o sono dos justos. *Image: …
L’angoisse d’ignorer ce que l’on ignore est un puits sans fond de ténèbres et d’horreurs bien plus vivaces que ne le sera jamais quelque saisissable certitude. Image: Le signal de l’angoisse, Salvador Dalí, 1936
Um dia me olhei no espelho e descobri que sou uma farsa: – Eu sou uma farsa. Eu não sou um Urubu! Alguns dias depois, olhei-me novamente no espelho e percebi que sou uma farsa não porque não sou um Urubu, mas porque não sou um bom Urubu. Então, com uma grande desilusão em meu …
La vérité n’engage que celles et ceux qui y croient. *Photo: Screaming woman with blood on her hands, one of Diena Arbus’s cinema pictures, 1961
Um dia me perguntaram: – O que é, para você, o amor? E eu respondi: – Às vezes, às vezes preciso criar, mas tenho uma sensação de que esse sentimento é muito parecido com a paixão ou com a alegria, com o entusiasmo próprio da alegria. Há, de fato, uma vontade de novidade que é …