Cosmopolíticas é um projeto de intervenção intelectual e artística que surgiu da necessidade de ação em meio à crise ético-política que assola as diferentes partes do mundo. No ínterim da devastadora experiência do covid-19, das queimadas assassinas que se alastram pelo cosmos, das guerras que amedrontam e abatem milhões a cada momento, no ínterim desta falta – falta de esperança que nos desanima e que nos faz perder o fôlego –, decidimos dar ensejo a uma rede de solidariedade independente que visa reunir intelectuais, artistas e militantes em torno da questão do tempo presente, de nossas possibilidades de existirmos neste tempo, de nele agirmos ou de não agirmos, de a ele nos agarrarmos para, assim, interrogarmos os mecanismos de dominação que nos esmagam e que nos impedem de nos constituirmos tanto por e para nós-mesmos, quanto por e para os outros neste mundo. O símbolo que marca e sela a independência do nosso projeto é o Urubu, figura animal que parte do Brasil em busca de outros espaços, línguas e verdades; figura animal que nos faz recordar do presente na medida em que manifesta os limites da finitude que nos é própria. O Urubu nos mostra a codependência entre vida e morte e se interpõe como o escudo que nos permite enfrentar aquilo que tememos. Assim, no início do fim, o Urubu se lança em direção aos diferentes cantos do mundo na tentativa de fazer emergir uma experiência subterrânea do nós, uma experiência que nos poupe, ao menos por um instante, da doença da morte.
Cosmopolíticas:
Cassiana Stephan (Brasil)
Lilas Bass (França)
Nailane Koloski (Brasil)
Hugo Vedovato (Brasil)
Larissa Schip (Brasil)
Apoio técnico:
Wyllian Figueiredo de Morais (Brasil)
Gabriel Castro (Brasil)